domingo, 10 de julho de 2011

[FIC]A Prostituta-Cap04



Fugindo de casa

Hinata chegou em casa e levou um susto ao se deparar com seu pai de pé na sala com um envelope na mão e o irmão do lado fazendo cara de inocente. O pai estava claramente esperando-a, olhou para a filha de cima abaixo:

- Isso são horas de chegar em casa Hinata? Por onde andou?

A menina achou melhor mentir, se dissesse que havia ido para o hospital certamente teria que explicar que tipo de mal estar havia tido e não podia simplesmente dizer que havia tido um aborto espontâneo. Sem contar que um pressentimento lhe dizia de que aquilo não era um bom sinal:

- Na casa de uma amiga, otou-sama.

O pai furioso abriu o envelope e entregou o conteúdo que tinha nele nas mãos de Hinata. Assustada ela deixou cair no chão às fotos dela mesma sendo violentada pelos amigos do irmão. Eram três os que sempre acompanhavam Hideki, os que eram da gangue dele. As mãos tremeram e de cabeça baixa ela não teve coragem de encarar o pai. Apenas disse:

- Eu não tive culpa, não queria isso.

Mas Hiashi já perdendo a paciência deu uma tapa bem forte na cara da filha:

- Já chega! Estou cansado das suas mentiras! Seu irmão já me contou tudo. Achei as fotos no quarto dele que ele escondeu porque sentiu vergonha ao saber que você transava com os amigos dele. Escondeu e sofreu ameaças deles de contarem pra todo mundo que você é uma puta Hinata!

A menina começou a chorar:

- Mas, não é verdade, eu não sou...

Antes que pudesse falar levou mais uma tapa no rosto. Era a primeira vez que ela apanhava de Hiashi. O Hyuga não era de bater nos filhos. Mas realmente achava que o que a filha havia feito tinha sido uma coisa muito grave. Cínico o irmão com cara de bom menino disse:
- Desculpe mana, eu tentei esconder as fotos, não queria que otou-sama soubesse do seu segredo, mas ele descobriu e eu não pude mentir. Eu pedi pra você parar de dar pra eles, mas você não quis me ouvir.

A menina agora havia ficado sem fala de ver como o irmão era cínico, ele mesmo a havia obrigado a transar com os amigos dele e tirado as fotos, assim como ele sempre a violentava também. Só que não havia nenhuma foto dele com ela porque era ele quem fazia questão de bater as fotos e então não tinha nenhuma prova. Hideki tinha cara de santo, ninguém desconfiaria dele e os amigos jamais o delatariam. Os únicos que sabiam da verdade era ela e Neji. Mas Neji não queria se meter nos problemas deles e também tinha medo da gangue de Hideki.

Tudo o que Hinata poe fazer foi chorar e correr para o quarto enquanto Hiashi ia atrás e dizia:

- Definitivamente você nunca deveria ter nascido Hinata. Te dei tudo de material que uma moça da sua idade poderia querer, mas você nunca ligou pra nada. Coloquei você em uma das melhores escolas e veja como me pagou, repetindo o ano várias vezes. E como se já não bastasse envergonhou a nossa família que sempre foi decente e ao seu irmão. Você não é digna de ser uma Hyuga. Vai ficar agora aqui em casa trancada até eu decidir o que fazer com você. Talvez um manicômio, porque uma menina da sua idade que faz isso não pode ser normal!

E fechou a porta do quarto com força.

Hinata sentia ódio e humilhação. Como desejou morrer ali!

Não queria ir para um manicômio de jeito nenhum.

Seu pai a havia chamado de puta! Sim, era isso mesmo que ela era. Não porque quis, mas porque seu irmão a obrigou. Talvez fosse mesmo esse seu destino. Talvez isso fosse o melhor. Pegou o papel com o telefone e endereço de Anko e decidiu que a procuraria. Fugiria dali, mas como? Estava trancada no quarto.

O jeito seria tentar a janela. Preparou vários lençois amarrados tentando fazer uma corda como havia visto nos filmes e foi até a janela. Mas tristemente percebeu que não tinha coragem de descer dali e nem força, seu ventre ainda estava dolorido do aborto que tivera.

Pensou que talvez estivesse acabada. Seu pai a levaria para um manicômio. Mas nem tudo estava perdido. Neji estava na janela do quarto ao lado e viu que ela tentava escapar. Sabia que seria perigoso para ela. Teve medo de que Hinata morresse e sentia uma imensa culpa por não fazer nada e não contar a Hiashi mesmo sabendo que a menina era inocente.

Pegou o celular e ligou para Hinata do próprio quarto.

Assim que ouviu o pequeno celular tocar a menina atendeu sem muitas esperanças.

Neji disse:

- Alô, Hinata. Estou te vendo da janela e sei que quer fugir. Olha, guarde os lençóis e espere que eu vou te ajudar. Seu pai está no escritório.

Hinata não sabia se podia confiar no primo, ele não era como os outros porque não abusava dela e nem sentia prazer ao ver seu sofrimento. Era sempre aquele que a ajudava e cuidava dos machucados quando eles terminavam. Mas também era incapaz de denunciar aqueles atos de crueldade.

Só que ela não tinha escolha a não ser aceitar a ajuda:

- Está bem.

Arrumou a mochila com algumas mudas de roupas e sua caixinha com seus tesouros.

Então Neji foi até o quarto dela com uma chave mestra e abriu a porta. Fez sinal para que ela se calasse:

- Vamos sair pela porta dos fundos Hinata. Fique em silêncio.

E a guiou até a saída de empregados.

Quando chegaram a menina apenas agradeceu:

- Obrigado nii-san.

O primo deu um sorriso meio amarelo:

- Tudo bem, mas se te pegarem não conte que eu que a ajudei a fugir. Se cuida Hinata-chan. Agora ande logo antes que percebam que você fugiu.

E então a menina mesmo sentindo-se mal começou a correr o máximo que pôde pelas ruas.

O mais importante naquela hora era se afastar o máximo possível da casa. E então o que faria? O único lugar que tinha pra ir era a casa de Anko, mas não queria ser prostituta. O problema era que não tinha outra opção. Ou isso ou acabaria sendo internada pelo pai.

Então se lembrou das palavras de Anko. Realmente era melhor vender o corpo na rua do que ser violentada em casa.

Dignidade ela já não tinha. Já não era mais virgem e seu pai já achava que ela era mesmo uma puta. Concluiu que aquele era mesmo seu destino.

Quando chegou em uma rua já bem longe de casa pegou o celular e ligou para Anko que logo reconheceu sua voz.

A mulher na mesma hora a foi buscar de carro. Pelo estado da menina que chorava e parecia desesperada, apenas a abraçou e fez duas perguntas. Haveria tempo para que a menina desabafasse depois. O mais importante era saber que teria como ajudá-la:

- Alguém seguiu você até aqui?

Ela balançou a cabeça negativamente. Anko deu um sorriso reconfortante:

- Não chore criança. Você tem que ser forte. Não se preocupe, eu vou cuidar de você.

E dirigiu com a menina até seu pequeno apartamento.

Hiashi é claro que quando descobriu que a filha havia fugido fez de tudo para encontrá-la colocando até fotos nos jornais. Mas Anko havia prometido á menina que não a levaria de volta e nem permitiria que a levassem.

Por isso durante quatro meses Hinata ficou trancada na casa de Anko recebendo seus cuidados sem sair dali e usava uma peruca mesmo sem sair na rua.

Por um lado era entediante ficar tanto tempo presa em um apartamento. Mas por outro lado era bom já que isso adiava o dia em que finalmente começaria o trabalho.
Mas no final de quatro meses Anko lhe disse antes de sair para ir trabalhar quando Hinata estava sentada no sofá vendo televisão:

- Bem querida, agora já faz bastante tempo que sua foto não aparece mais em lugar nenhum e as buscas diminuíram. Você sabe que está um pouco pesado pra mim pagar as contas sozinha já que estou te sustentando. Não que eu esteja reclamando nem nada porque realmente gosto de você como uma irmã. Mas você não vai poder depender de mim pra sempre. Está na hora de caminhar com suas próprias pernas e sabe o que eu quero dizer com isso não é?

A menina sentiu vontade de dizer que não queria e implorar para que Anko esperasse mais um pouco. Mas sabia que estava vivendo as custas da moça que já a havia ajudado demais e que estava sendo um peso para Anko. E depois convivendo com ela tanto tempo já sabia quase tudo sobre aquela vida, sabia o que encontraria pela frente porque Anko era sincera e já a havia preparado. Ergueu a cabeça mesmo estando assustada:

- Sim, quando vou começar a trabalhar com você?

A mulher olhou para a menina de um jeito doce:

-Vou falar com o meu cafetão. Darei a ele o nome de Mariko para você já que quando estamos trabalhando não damos nosso verdadeiro nome. Como trabalhamos na beira da estrada ele só leva 30 % do nosso lucro. Se fosse em alguma casa noturna ia ser mais caro e eles exigem muito mais da gente. Beira de estrada é perigoso, mas você também não precisa entrar em carros suspeitos e Genma toma conta da área. Não se preocupe. Você vai se sair bem, é bonita, jovem e terá muitos clientes.

Hinata fez que sim com a cabeça.

E Realmente Anko estava certa. No dia seguinte mesmo Hinata começou com o nome de "Mariko" na estrada e como Anko disse atraiu vários clientes por ser nova e ter aquele jeitinho natural meio tímido de menina inocente, o que agradava os homens.


Fim do Capitulo'

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